Viver é um Baita Ato de Coragem
- tecpr4
- 21 de jul.
- 3 min de leitura
Viver, de verdade, exige mais do que simplesmente respirar. Viver é se lançar no desconhecido todos os dias, mesmo sem garantias. É acordar e seguir em frente mesmo quando o corpo pede pausa, mesmo quando a alma sangra em silêncio. É ter a coragem de sentir, de amar e, por vezes, perder. De sorrir sabendo que a dor ainda mora em algum canto do peito.
Viver é um baita ato de coragem porque exige entrega. Entrega ao tempo, às mudanças, aos ciclos que se abrem e aos que se encerram sem pedir permissão. É olhar para trás com gratidão, mesmo pelas feridas, e para frente com fé, mesmo sem saber o que vem. É se permitir recomeçar mil vezes, reconstruir castelos com os cacos das decepções, acreditar de novo, mesmo quando o mundo parece duvidar da sua força.
Coragem não é ausência de medo. É a decisão diária de não deixar que o medo paralise. É continuar mesmo trêmulo, mesmo incerto. É abraçar a vida com todos os seus contrastes: com os dias de sol e os de tempestade, com os encontros e as despedidas, com os silêncios e os gritos da alma.
É um baita ato de coragem atravessar as perdas de pessoas queridas, seguir com um buraco no peito que o tempo não apaga, apenas ensina a conviver. É enfrentar os dias em que o luto parece gritar mais alto que a esperança. É respirar fundo quando tudo em volta lembra o que já não se tem. É caminhar com a lembrança como guia e o coração partido como companheiro.
É preciso muita coragem para suportar as frustrações que esmagam os sonhos, as decepções que chegam de onde menos se espera, as separações que rasgam planos e promessas, as infidelidades que ferem a autoestima, os términos que deixam vazios. É coragem para entender que nem todo amor dura, que nem toda história se cumpre como sonhado, e ainda assim, abrir o peito para amar de novo.
E há ainda as doenças. As que chegam de surpresa, as que abalam, as que consomem o corpo e testam a alma. É preciso uma força imensa para enfrentar tratamentos, para manter a fé quando o diagnóstico é duro, para continuar sorrindo entre lágrimas, para não deixar que a dor tire o brilho dos olhos. É coragem viver com o medo da morte rondando, e mesmo assim escolher a vida.
Também é coragem enfrentar os desafios do dia a dia, quando o fardo financeiro pesa, quando trabalhar ou buscar um emprego se torna uma batalha, quando manter as contas em dia parece impossível. É preciso bravura para lidar com as dívidas, com a pressão de garantir comida na mesa, com o esforço de criar filhos com dignidade, ensinar valores, proteger, cuidar e ainda sorrir no fim do dia. Viver é heroico quando, mesmo exausto, você escolhe seguir, lutar por um mínimo de estabilidade, por um pouco de paz, por um futuro mais justo.
É um baita ato de coragem ser quem se é num mundo que o tempo todo tenta moldar, rotular e limitar. É preciso coragem para dizer não, para escolher o próprio caminho, para escutar a intuição no meio do barulho. É coragem para amar a si mesmo quando ninguém ensina como. Para se perdoar, para se acolher, para se levantar depois de cada queda.
Viver é para os fortes de espírito, mesmo que frágeis por fora. É para os que choram, mas seguem. Para os que tropeçam, mas aprendem. Para os que não desistem de sentir, de tentar, de ser.
Então, se você está aqui vivendo, sentindo, lutando, saiba: você é um baita corajoso. Porque viver… viver é para quem tem alma grande. E você tem.
Coragem não é um grito. Às vezes, é um sussurro dizendo: “Tenta mais uma vez.”
E a cada tentativa, a vida se revela. Intensa. Verdadeira. E, apesar de tudo, linda.
Texto: Michel Dourado - Dirigente Espiritual - CECPR
Data: 21/07/2025
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