Um Convite à Reflexão: O que Aprendemos e o que Vamos Cultivar

À medida que o ano se aproxima de seu fim, nos últimos meses do ano somos naturalmente convidados a pausar e refletir sobre a nossa jornada. Cada ciclo que se encerra traz consigo a oportunidade valiosa de olhar para trás e avaliar não apenas o que fizemos, mas também o quanto nos dedicamos ao nosso sagrado e à conexão com o divino que reside em nós e ao nosso redor.

Este é um momento propício para nos perguntarmos: quanto nos comprometemos com nossa evolução espiritual? Ao longo dos meses, quantas vezes nos permitimos entrar em sintonia com os ensinamentos dos nossos guias espirituais? A Umbanda nos ensina que cada dia é uma nova chance de crescimento, mas será que realmente nos abrimos para essa transformação? O quanto praticamos a caridade, a compaixão e o amor ao próximo? Cada ato de bondade é uma semente plantada em nosso caminho, que irá florescer em bênçãos futuras.

Ao refletirmos sobre o que conquistamos, é essencial também considerarmos o que não conseguimos alcançar. O que isso nos ensina? Será que plantamos as sementes certas em nossos corações? A Umbanda nos lembra que somos co-criadores de nossa realidade. Assim, se não colhemos os frutos desejados, talvez seja hora de revisitar nossas intenções e esforços. Será que cuidamos do solo da nossa vida com a atenção necessária?

É um convite a avaliar nossas ações e decisões ao longo do ano. O que poderíamos ter feito de diferente? Como podemos honrar as oportunidades que se apresentaram a nós? Que este fim de ano nos inspire a mergulhar profundamente em nossa essência, reconhecendo não apenas os grandes feitos, mas também as pequenas vitórias que muitas vezes passam despercebidas. Cada passo dado, mesmo que sutil, é um avanço em nossa jornada espiritual. Honremos cada um desses momentos com fé e gratidão.

A gratidão é um elemento poderoso que nos conecta com o sagrado. Ao olharmos para o que vivemos, que possamos expressar nossa gratidão não só pelas conquistas, mas também pelas lições aprendidas nas dificuldades. As tribulações são mestres que nos ensinam a resiliência e a força interior. Em vez de focar apenas no que nos faltou, que possamos reconhecer o crescimento que cada experiência nos proporcionou.

Este é também um momento de renovação e de realinhamento. Ao fazer esse balanço, que possamos identificar as áreas de nossas vidas que precisam de mais atenção e amor. O que nos impede de brilhar plenamente? Como podemos fortalecer nosso axé? Que possamos estabelecer novas intenções, baseadas no que realmente importa para nós, e que essas intenções nos guiem nos próximos meses.

E, ao nos prepararmos para o novo ciclo que se aproxima, lembremos que o maior presente que podemos dar a nós mesmos é a reconexão com nosso eu interior e com o sagrado. Que possamos fortalecer nossa fé, cultivar a paciência e a humildade, e seguir com um coração aberto para as novas experiências que a vida nos reserva.

Que nossos passos em direção ao próximo ciclo sejam guiados pelo amor, pela fé e pela sabedoria dos nossos guias. Juntos, como uma grande família umbandista, sigamos adiante, celebrando cada momento e honrando a luz que habita em cada um de nós.

Que a espiritualidade nos ilumine e que possamos caminhar com confiança e esperança em cada novo amanhecer.

Texto: Michel Dourado - Dirigente Espiritual - CECPR