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O Poder da Compaixão: Superando a Cultura do Cancelamento

  • tecpr4
  • 29 de ago. de 2024
  • 2 min de leitura

Recentemente, em uma dinâmica feita na empresa onde trabalho, refleti sobre um tema que acredito ser de extrema importância para todos nós: a cultura do cancelamento. Vamos falar sobre isso, pois é algo que afeta muitos grupos, inclusive o nosso terreiro. Sabe quando alguém erra e, ao invés de ajudarmos essa pessoa a aprender e crescer, preferimos afastá-la, rotulá-la como "o mal" e manter distância? Isso é o cancelamento.


Vivemos em tempos em que a cultura do cancelamento se tornou comum, e muitas vezes, até natural. Nos grupos, e não é diferente em nosso terreiro, isso pode se manifestar quando alguém erra ou se desvia do caminho que consideramos correto. É nessas horas que surgem frases como "Ele é o mal", "Quero ele longe de mim", ou "Não quero ele por perto". Mas será que esse é o caminho que realmente queremos seguir?


Olhando mais de perto, todos nós já passamos por momentos de fraqueza. Todos cometemos erros, falamos ou agimos de maneira que, mais tarde, percebemos não ser a melhor. É humano. Errar é parte da nossa jornada de aprendizado e evolução. Mas quando alguém erra, qual deve ser a nossa primeira reação? Julgar? Afastar? Cancelar?


A verdade é que, ao escolhermos cancelar alguém, estamos também cancelando uma oportunidade de cura e crescimento – tanto para a pessoa quanto para nós mesmos. Quando julgamos de forma implacável, nos esquecemos de que também carregamos nossas próprias feridas e sombras. E que, assim como o outro, também precisamos de acolhimento e compreensão.


Julgar menos e amar mais deve ser um princípio norteador. Precisamos aprender a ver os erros como oportunidades de aprendizado, e não como sentenças definitivas. O que ganhamos ao afastar alguém? Será que não seria mais poderoso se, em vez de virar as costas, oferecêssemos o ombro? Se, em vez de fechar as portas, estendêssemos a mão?


Imagine um terreiro onde cada um de nós se sentisse seguro para ser imperfeito. Um lugar onde, ao errar, soubéssemos que seríamos corrigidos com amor, sem medo de sermos excluídos. Esse é o tipo de ambiente que todos devemos almejar construir. Um espaço de crescimento mútuo, onde a cura coletiva é priorizada sobre o julgamento individual.


Devemos nos lembrar que o axé de um terreiro se fortalece na união, no amor, e no respeito. Quando acolhemos aqueles que erram, quando oferecemos apoio ao invés de exclusão, estamos plantando sementes de cura e transformação. Cada pessoa que ajudamos a levantar é uma vitória para todos nós. E cada vez que escolhemos a compaixão ao invés do cancelamento, nos aproximamos mais de nossos valores espirituais e do propósito maior de nossa prática.


Então, que possamos refletir juntos: como podemos ser mais compreensivos, mais amorosos, mais unidos? Como podemos transformar nosso terreiro em um verdadeiro espaço de cura, onde o erro é visto como uma oportunidade de aprendizado, e não como um motivo de exclusão?


Lembremo-nos que a força de nosso terreiro não está em afastar os que erram, mas em acolher todos, na certeza de que juntos podemos crescer, aprender e evoluir. Que possamos, cada vez mais, caminhar lado a lado, com menos julgamento e mais amor, com menos exclusão e mais acolhimento.


Texto: Michel Dourado - Dirigente CECPR

 
 
 

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